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Channel: Eu, Eu Mesma e Meu Coração
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BENDITO CARRINHO DE SUPERMERCADO!

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Todo mês a mesma coisa! Adaptar à rotina frenética da minha vida a abençoada lista de compras. No fundo eu até gosto, pois não deixa de ser um momento em que me sinto mais íntima da minha própria casa. Entre marcas de biscoito, quantidade de carne, peixe e frango consumidos,e aromas de sabonetes; posiciono-me como a dona da casa, e consequentemente dona daquelas tão amadas vidas que aguardam ansiosamente a chegada das sacolas do supermercado.
Mas foi neste último mês que algo interessante aconteceu. Depois de uma hora e meia escolhendo os produtos e enchendo o carrinho, simplesmente abandonei-o no meio do supermercado. É que ele estava com a roda presa e isto me estressou tanto, mais tanto que... Ufa! Resolvi abandoná-lo a própria sorte. Decisão que jamais tomaria tempos atrás.
Imediatamente após ter cometido o ato desvairado, ainda no supermercado, tentei tomar um cafezinho, que só não estava melhor porque coloquei adoçante onde já havia açúcar, dei a última olhada para o carrinho abandonado (que,aliás,se tivesse vida suplicaria para que a drástica decisão fosse reconsiderada), e fui para casa.
A verdade é que arrumei uma desculpa para justificar a minha atitude. Durante as compras eu observava que parte das pessoas estava com os seus pares, dividindo um momento que também pode ser feito a dois. Isto me fez refletir o quanto,ao longo dos anos, absorvi esta e tantas outras tarefas e adaptei-as ao meu cotidiano sem pedir qualquer tipo de ajuda. Não sei se por orgulho, ou por pensar que determinadas coisas não precisam ser pedidas. Sei lá! Sempre me preocupei em servir, atender, suprir; e acabei encenando a Mulher Maravilha para compensar os momentos de ausência, conseqüência da minha rotina de trabalho.
Porém, ao abandonar o carrinho de compras “roda-presa” percebi que naquele momento eu estava na verdade me libertando de um compromisso que somente agora percebia que não precisava ser somente meu. Esta atitude foi um grito magnífico: QUERO SER CUIDADA!
Cheguei até aqui achando que cuidar integralmente do outro era requisito básico para a felicidade, ou que não deixar nada faltar para o outro era como um troféu recebido. Claro que fui feliz enquanto acreditei nisto; mas acho que serei mais feliz agora, momento em que percebi que preciso deixar de encenar a Mulher Maravilha.
Pronto! Não quero mais ser a dona da casa, e sim sócia da casa,que um dia voltar a compartilhar com o outro.
Jamais imaginei que uma tentativa frustrada de compras, aliada a tentativa mais frustrada ainda de saborear um café, pudesse acrescentar tanto na vida de uma mulher.
Bendito carrinho de compras “roda-presa”!














Cátia Corrêa dos Santos
08/03/2010

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